CARTAS DE AMOR


As Muitas cartas de amor [5]

Foi assim que te conheci.
Parecias desprendido de tudo, e que tudo te passava ao lado.
Não gostavas de fazer declarações de amor, mas de mostrar que amavas.
Achavas que dizer a palavra ‘amor’ era lamechice. Sempre que podias e podes, demonstras que me amas. Mas eu gostava de ouvir sussurrar ao meu ouvido…- Amo-te, como eu faço, mas não… tu não és capaz de pronunciar a palavra amor. Não sei, mas se calhar nunca ouviste essa palavra dos teus pais e, por isso, não a usas.
Ah como eu gostava que fosses mais meigo em palavras! Que me chamasses ‘amor, ou que dissesses que me amas. Mas gosto de ti, tal com és. Se eu pudesse, vivia eternamente ao teu lado. Se lesses esta carta, dirias “ mas que lamechas”.
Esta carta pretende apenas expressar o quanto eu gosto de ti, a alegria que tenho por te ter conhecido.
Assim, especial.
Amo-te e podes querer que sou feliz.
Especialmente
feliz, por isso.

Com carinho
Anuxa

2 de Março de 2010-Dedicada ao meu marido

As muitas cartas de amor [4]

A minha vida é o meu amor desde que surgiste no meu caminho.
Tornou-se impossível para mim imaginar a vida sem a tua presença constante.
Quando não estás por perto…
As razões que me levam a estar sempre junto de ti, que me levam a dedicar-te o meu amor e energia,que me levam a estar sempre o mais próximo possível e a partilhar todos os teus momentos.
Muito além desta beleza que transborda de ti, há uma outra beleza que me encanta mais: a beleza dos teus sentimentos, a generosidade do teu coração…
Precisava de dizer-te isto, mas ainda não tinha encontrado as palavras adequadas.
Sinceramente, não sei o que seria da minha vida se não fosse a tua presença diária e esta tua dedicação total a mim, um tipo de dedicação que eu nunca recebi antes meu amor.


Américo Marques

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As muitas cartas de Amor [3]

Meu querido Amadeu
Ontem ao entardecer, sentados no banco do nosso jardim, eu ouvia tão-somente aquele arfar cada vez mais ténue da tua voz, sussurrando ao meu ouvido.
A aldeia, parecia-nos tão afastada como se estivesse no outro cabo do mundo.
Mais uma vez jurámos amor eterno.
Anoiteceu!...
Um misterioso clarão de luar rompia por entre as nuvens, aumentando a nostalgia do momento que era só nosso.
Já madrugada, partiste. E, agora que rompe a manhã, já sinto saudades tuas. Amo-te meu amor. Um amor que sendo impossível aumentar, é cada dia mais ardente.
Ansiosa, aguardo a tua chegada, como a madrugada aguarda pelo sol.
De todo o meu coração
e com todo o amor do mundo

Maria Antónia

As muitas cartas de amor [2]

Hoje precisei de expressar-me por escrito.
As muitas palavras que trocamos entre sorrisos e olhares iluminaram o meu coração e aqui me pranto.
Algo se passa que não sei explicar.
Um estado de ansiedade me percorre quando tu não estás por perto.
Busco racionalidade no momento e tudo me leva a crer por novidade que será o amor que me embriaga e fico assim extasiado e áspero enquanto não vislumbro o corpo que desejo, e a alma em que te abraço.

Vou amanhã por ti na procura de sempre...
Haverá encontro no sempre que almejo e fico resplandecente.

José/C V

Torres Novas, 1 de Dezembro de 2009

As muitas cartas de amor [1]

viver é r viver é amar
inconfidências partilhadas
CARTA DE AMOR


É sob um sol frouxo, a prenunciar o Outono e a obrigar-nos a revisitar as gavetas do agasalho, que soletro: a / mo / te ; É na paisagem indefinida de uma primavera turbulenta, que surge claramente audível : pre / ci / so/ – te/.
E, de retorno, as mesmas palavras, devolvidas virgens, pelo eco.
De ti, uma quase total mudez.
Tal como ontem, quando te segredei :
- Não me mates de saudades! - pareceu-me ver sumir-se-te o pescoço , por detrás dos ombros.

Que fizeste, tu, da palavra mágica com que me ensinaste a vestir de vermelho-luz as manhãs mais pardas?;
E das lembranças, que entrançámos e aprendemos, com Penélope, a enganar as esperas?
Um orvalhado abraço.

P.S.

(excerto de texto arrancado ao tempo, cuja data não foi possível precisar. Sabemos, apenas, que não foi escrito hoje, não porque sintamos diferente, mas porque a soma dos dias nos fazem temer, acima de tudo, o ridículo).




 Joana Santos